Biblioteca Pública de Jalisco
Memória
“A biblioteca é ilimitada e periódica. Se um eterno viajante a atravessasse em qualquer direção, verificaria ao longo dos séculos que os mesmos volumes se repetem na mesma desordem (que, repetida, seria uma ordem: Ordem). Minha solidão se alegra com essa esperança elegante.”
A Biblioteca Babel.
Jorge Luís Borges.
Os livros são feitos de árvores.
São um conjunto de partes planas e flexíveis de papel impressas com sinais de pigmentação escura.
A biblioteca é constituída por um conjunto de tabuleiros de árvores que sustentam e protegem o património cultural.
Uma fachada contínua, como uma casca exposta, protege o tesouro interior da agressividade do exterior, incorporando na sua estrutura como programa os quartos e serviços necessários ao seu pleno funcionamento.
Esta floresta de pedras com equipamentos de madeira tem um carácter primitivo, procurando um contacto físico e sensível com os materiais.
A estrutura e o espaço interior
As árvores estruturais, como guardiãs da memória, protegem livros e coleções de tesouros. Estes pórticos funcionam em conjunto em caso de sismo, incorporando vigas diagonais para funcionarem como escoras ou vigas de contraventamento em deslocamentos horizontais.
As seções das colunas, como nas árvores, são reduzidas de acordo com a
diminuição da carga nos diferentes níveis e seus conteúdos, dotando assim todo o complexo de uma tectónica acentuada.
A grande claraboia, voltada para norte e sul, proporciona uma iluminação dramática.
Pisos leves, elevados ou isolados e tetos falsos são evitados.
Dados
Local: Jalisco, México
Área: 41.200 M2
Ano: 2005
Autores:
Gastón Flores, arquiteto
Colaboradores:
Santiago Cabaleiro
Rafael Rodríguez
Celeste Aberasturi